A Origem do Passe Espírita
O Passe na Casa Espírita é uma prática terapêutica que tem sua verdadeira origem na ciência do Magnetismo Animal. No Brasil, não se sabe ao certo, quando o mesmo foi introduzido, porém é provável que desde a fundação das primeiras casas espiritas no Brasil; o estudo superficial do Magnetismo Animal aliado ao estudo da Mediunidade Curadora tenha dado origem aquilo que é denominado hoje como: “Passe Espírita”.
Muito embora o Magnetismo Animal e a Mediunidade Curadora incorporados na prática espírita por Kardec se mantiveram no Movimento Espírita como práticas comuns até décadas depois da morte do Codificador em toda a região da Europa. No Brasil, essas práticas parecem ter sido difundidas por Magnetizadores Espíritas que retornaram da França após passarem uma temporada de estudos acadêmicos, contudo estes Magnetizadores Espíritas não teriam chegado a fazer parte dos pilares da fundação das Casas Espíritas em nosso País, não tendo, portanto, influenciados o nosso Movimento Espírita nascente, conforme se pode perceber nas Obras de resgate histórico: Do Outro Lado de autoria de Mary del Priore e a obra: Mesmer – A Ciência Negado do Magnetismo Animal de autoria do historiador: Paulo Henrique Figueiredo.
Na Europa do século XIX, o Magnetismo Animal e o Sonambulismo Magnético tornaram-se ferramentas de cura ao lado da medicina ordinária e da homeopatia. O Magnetismo e o Sonambulismo Magnético foram fartamente utilizados como meio de cura até mesmo por médicos que constatando os meios de eficácia dessas ferramentas na cura de pacientes desacreditados por seus médicos lutaram contra a resistência da Academia de Medicina em reconhecer o Magnetismo Animal como Ciência de Cura. Este movimento crescente do Magnetismo Animal invadiu a Europa graças ao pioneirismo de grandes Magnetizadores, tais como: Mesmer, Marques de Puysegur, Dr. D’eslon, Dr. Ricard, Deleuze, Dr. Justinus Kerner, Dr. Petetin, Barão du Potet, Dr. James Esdaile, Charles La Fontaine e outros. As incalculáveis curas promovidas por estes grandes Magnetizadores trouxeram a classe média europeia e renomados nomes das Ciências daquele tempo a tornaram-se adeptos da Ciência Magnética.
Todos Espíritas do tempo de Kardec conheciam o Magnetismo Animal e eram adeptos desta Ciência. Tal como Kardec, eles reconheciam no Magnetismo Animal uma Ciência Gêmea do Espiritismo que auxiliou o surgimento do Espiritismo, vez que a teoria dos fluidos serviu para alicerçar a Ciência Espírita.
No Brasil o Magnetismo e o Sonambulismo Animal no século XIX não ganhou tanta musculatura quanto o movimento dos adeptos na Europa, e por isso mesmo, aqueles que fundaram as primeiras Casas Espíritas não tinham o conhecimento prévio do Magnetismo Animal. Isso deu margem para que tivéssemos um movimento espírita descolado da sua irmã gêmea – o Magnetismo Animal. Enquanto esse movimento espírita brasileiro nascente buscava sua identidade histórica, vários rituais e práticas antidoutrinárias, tais como a teosofia e o roustanguismo, foram se difundindo com o conhecimento genuinamente Espírita; distanciando, dessa maneira, a ciência espírita de suas origens; Apesar das influências estranhas que o Movimento Espírita Brasileiro incluiu nas suas práticas espíritas, o Magnetismo sobreviveu na prática do passe espirita que, devido a sua origem associada ao Magnetismo e também a Mediunidade Curadora, não possui uma padronização de técnicas dentro desse movimento multifacetado que é o Espiritismo Brasileiro.
Tendo em vista tudo o que foi apresentado, aspiramos que Historiadores e Pesquisadores possam explorar a origem do passe espírita no Brasil para que tenhamos um entendimento assertivo sobre o que levou o Movimento Espírita a abolir a prática do Magnetismo Animal nas Instituições Espíritas, substituindo-o por seu filho: o passe espírita.
José Barreto da Silva Júnior.
Magnetizador Espírita
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